O Rio de Janeiro sedia, desde ontem(13), o 9º Encontro Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Acelbras), cujo objetivo principal é promover a capacitação da sociedade celíaca no controle social, envolvendo o acompanhamento da gestão governamental e a execução das políticas públicas.
“Temos que exercer o nosso direito”, afirmou ontem (12) a presidente da Federação das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), Nildes de Oliveira Andrade. Os celíacos são pessoas portadoras de uma intolerância permanente ao glúten - proteína presente na maioria dos alimentos industrializados feitos a partir de trigo, aveia, centeio e cevada, inclusive o malte. A doença pode surgir em qualquer idade, disse Nildes.
De acordo com estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para cada grupo de 214 brasileiros, um é celíaco. A doença pode provocar repetidas internações e levar a pessoa à morte, se não for diagnosticada a tempo e de forma correta. “Temos um leque de doenças associadas que as pessoas poderiam não estar sofrendo, se tivessem uma investigação precisa. A osteoporose é uma delas.”
Segundo a presidente da Fenacelbra, outros sintomas associados são anemia ferropriva, diarreia constante, baixa estatura e esterilidade. “A consequência maior de um diagnóstico tardio é o câncer de todo o trato digestivo.”
Os celíacos brasileiros já conseguiram, entretanto, um avanço. Desde setembro do ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) já conta com um protocolo clínico para a realização de exames que permitem o diagnóstico da doença. Esse protocolo deve estar disponível em todas as unidades de pronto-atendimento do SUS nos municípios do país, ressaltou Nildes. “Já é um avanço a gente ter esse diagnóstico, mas o difícil é a sociedade saber que tem esse serviço disponível”. Falta, segundo ela, maior divulgação e pesquisa em outras áreas, como o câncer de mama e sua relação com a doença celíaca.
O evento se estenderá até o próximo domingo e conta com apoio do Ministério da Saúde. A programação conta com palestras de representantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS), do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Consaems) e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio de Janeiro (Consea/RJ).
Mais de 16 mil celíacos associados estão cadastrados na Fenacelbra, revelou a presidente da entidade.
Fonte: BrsilSUS
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