quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Diabetes: diferença entre índice glicêmico e carga glicêmica


O consumo excessivo de carboidratos  relaciona-se com  o desenvolvimento de obesidade, com o diabetes melito e com as doenças cardiovasculares.

A síndrome metabólica é a associação entre a obesidade central (acima da cintura), a elevação da pressão arterial e da glicemia (níveis de açúcar no sangue - podendo chegar até ao diabetes melito), a hiperinsulinemia (elevação no sangue do hormônio insulina, que permite a entrada do açúcar nas células) e as anormalidades das frações do colesterol.
 
Esse conglomerado de fatores de risco, associados à síndrome metabólica, favorece a aterosclerose (formação de placas de gordura na parede das artérias) e aumenta o risco de morte cardiovascular em cerca de três  vezes.
 
O tempo de digestão e absorção dos carboidratos  pode ser bem variado e tem grande importância para o controle e a prevenção de tais doenças. Por esse motivo, vem crescendo o interesse sobre a resposta glicêmica produzida após o consumo dos alimentos, ou seja, o impacto sobre a glicemia (níveis de açúcar no sangue).
 
A resposta glicêmica pode ser avaliada por dois índices: o índice glicêmico (IG) e a carga glicêmica (CG). O IG é calculado a partir da glicemia encontrada no sangue, em até duas horas após a ingestão de um determinado alimento, fonte de carboidrato - é um índice qualitativo. A carga glicêmica (CG) relaciona a qualidade do carboidrato do alimento e a quantidade consumida desse alimento. A CG tem aplicação mais prática, podendo ser utilizada em prescrição de dietas e seleção dos diversos alimentos, pois pode indicar a resposta glicêmica que um determinado alimento ou dieta pode provocar.
 
Em geral, os alimentos com carboidratos não-disponíveis, tais como os cereais integrais (aveia), o feijão e outros grãos (como o grão de bico e as ervilhas), ricos em fibra alimentar, amido resistentes, além das  frutas, proporcionam um aumento pequeno de glicose (baixos IG e CG) e de insulina na corrente sanguínea, mesmo após uma refeição rica em carboidratos. Esse tipo de carboidrato tem sido relacionado com a diminuição do apetite e com níveis mais adequados de glicose, insulina e gorduras no sangue.
 
O mesmo processo não acontece com os carboidratos disponíveis (açúcares e amido) presentes nos doces, bolos, biscoitos, batatas, mandioca, refrigerantes e alguns tipos de pães - como os do tipo francês, de forma ou de batata (estes contém altos IG e CG).
 
Informações dessa natureza, assim como das frações de carboidratos presentes nos alimentos, são mais uma ferramenta a ser utilizada na prevenção da obesidade, da hipertensão arterial, da síndrome metabólica e do diabetes melito.
 
Fonte: Tabela de Composição dos Alimentos - USP.
 
Texto revisado por Paulo Daher.

0 comentários:

Postar um comentário

Postagens populares